Gestores da Saúde da 1ª Macrorregião participaram na manhã de hoje
da reunião das Comissões Intergestores Regionais (CIR) no auditório da Associação
dos Municípios Alagoanos (AMA). Foram discutidos o atual cenário do Projeto de
Regionalização Integrada (PRI), a necessidade da continuidade das vacinações de
rotina como poliomielite e sarampo, sob o risco de haver retorno de doenças já
erradicadas, atrasos dos repasses financeiros estaduais, sobretudo o Mais Saúde
Especialidades, e dos insumos por parte do Estado de fraldas, insulina, tiras e
lancetas.
Com relação aos atrasos financeiros por parte do Estado, ficou
definido que o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas
(Cosems-AL) fará um levantamento por Região de Saúde dos municípios que têm
processos ainda não pagos. Já a Emenda Constitucional (EC) n⁰ 120 de 05 de maio
e portaria GM/MS n⁰ 2.109 de 30 de junho de 2022, que trata do reajuste do piso
dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e dos Agentes Comunitários de Endemias
(ACE), foi outro tópico que movimentou a reunião.
O assunto expôs a angústia dos secretários municipais de Saúde,
considerando que o Ministério da Saúde (MS) não repassou recursos financeiros
suficientes para o mês de julho e a diferença do retroativo de maio e junho dos
ACS e ACE, deixando de fora os contratados.
O diretor do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas
(Cosems-AL) Ewerton Matias, gestor da pasta de Murici, afirmou que o Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) deve buscar junto ao
governo federal e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alternativas
para resolver as questões que ainda provocam dúvidas nos gestores, em âmbito
nacional, a exemplo do pagamento dos agentes contratados, já que os municípios
não vislumbram possibilidade de fazê-lo.
O também diretor Francisco Lins, gestor da Saúde de Maragogi,
pontuou a necessidade de os municípios atualizarem os cadastros no CNES. Ele
disse ainda que os gestores vão assumir de qualquer forma o custo dos agentes
não cobertos pelo MS, a exemplo dos que estão fora do teto ou com desvio de
função. A secretária executiva do Cosems, Katia Betina, disse que na reunião de
ontem da Diretoria Ampliada foram tirados alguns encaminhamentos sobre este
polêmico ponto de pauta.
De acordo com ela, o Cosems-AL vai solicitar ao Conasems nota
técnica com os agentes que estão com desvio de função; além do questionamento
junto a órgãos controladores de como será avaliado o vínculo direto dos ACS e
dos ACE e, por último, uma nota geral com subsídios para que os gestores da
saúde tenham um documento formal para
conversar com a respectiva Procuradoria Geral do Município, para terem
conhecimento do que é vínculo direto e indireto e se respaldarem para eventuais
problemas futuros.
A apoiadora regional do Cosems/AL Camila Valença apresentou o
arcabouço legal das portarias sobre o assunto. No tocante aos atrasos antigos
do repasse de fraldas, tiras e lancetas, a assessora técnica da Assistência
Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Anna Gabriela
Souto, afirmou que até agosto o repasse de fraldas será normalizado para todos
os municípios.
Segundo ela, o processo das tiras e lancetas está indo hoje para a
assinatura do contrato (fornecedor) e posteriormente será feito o empenho por
parte do Estado. A secretária executiva do Cosems-AL, Kátia Betina, expôs a
importância de discutir um novo pacto de distribuição de fraldas, tiras e
lancetas, de forma que os municípios recebam os recursos e se responsabilizem
pela aquisição, colocando esse como um ponto de discussão para as próximas
reuniões regionais de CIR.