O Ministério da Saúde confirmou nesse sábado (3) a primeira morte fetal por vírus Oropouche proveniente da transmissão de mãe para filho, no estado de Pernambuco. Segundo o órgão, outros oito casos estão sendo investigados, sendo quatro também em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Neste ano, o Brasil já registrou 7.236 casos, a maioria nos estados do Amazonas e de Rondônia.
Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Alagoas registrou, até agora, seis casos da febre Oropouche no Estado.
Do total, quatro casos do sexo feminino, residentes nas cidades de Japaratinga, Porto Calvo, Atalaia e Tanque D’Arca, e dois do masculino, oriundos das cidades de Messias e Japaratinga.
Para discutir o assunto, membros da Câmera técnica de Vigilância da Comissão Intergestores Regional (CIR) e técnicos do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems-AL) acompanharam Online na semana passada o 1º Seminário sobre Oropouche em Pernambuco – 2024: O que precisamos responder?
O evento foi promovido pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco (SES-PE), Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Fiocruz com o intuito de promover uma resposta rápida e coordenada, diante da crescente disseminação do vírus Oropouche (OROV) no Brasil.
A Febre Oropouche é causada por um arbovírus Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, sendo transmitida por mosquitos infectados, depois que eles picam uma pessoa ou animal infectados e se contaminam.
O I Seminário sobre Oropouche contou com a participação de pesquisadores, em especial os ligados aos serviços de referência em Arboviroses e em Culicídeos Vetores e à Rede de Vigilância Genômica da Fiocruz.
De acordo com a enfermeira, vice-presidente do Cosems-AL, e secretária de Saúde de Santana do Mundaú, Paula Gomes, o diagnóstico, manejo clínico e comportamento biológico do vírus são desafios para os cientistas e profissionais de saúde. “Oropouche é uma doença transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Devido a sua predileção por materiais orgânicos, é recomendado que a população mantenha quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico, além do uso de roupas compridas e sapatos fechados em locais com muitos insetos”, reforçou.
O Ministério da Saúde recentemente recomendou medidas de proteção para evitar ou reduzir a exposição às picadas dos insetos, seja por meio de recursos de proteção individual com uso de roupas compridas, de sapatos fechados e de repelentes nas partes do corpo expostas, sobretudo nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde.
Ao surgirem os sintomas como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular, dor articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos, é recomendado que o paciente procure atendimento em uma Unidade de Saúde e, em caso de gestantes, informar ao profissional de saúde responsável pelo acompanhamento pré-natal.